24 de ago. de 2011

O "Depois daquela viagem" virou peça de teatro!

Demorou mas agora vai! A peça do “Depois daquela viagem” estreia em São Paulo no dia 5 de Outubro no SESC Consolação.


Produção e elenco se reunem para almoço

Há uns dez anos o jornalista e crítico de teatro infantil, Dib Carneiro Neto, me procurou dizendo que tinha adaptado o meu livro para o teatro. Dib estava então iniciando sua carreira de dramaturgo, aquele era o segundo texto que ele adaptava.

Li e gostei muito. Dib é um “adaptador” sensível. Conversamos, trocamos ideias, ele entendendo as minhas, eu as dele. O texto da peça ficou redondinho, só faltava ser montada.

Enquanto isso a carreira do “meu adaptador” seguiu promissora. O jornalista, que agora era editor do Caderno 2 do Estadão teve sua primeira peça encenada em 2005. “Adivinhe quem vem para rezar” foi um sucesso com Paulo Autran e Cláudio Fontana no elenco e direção de Elias Andreato.

Em 2008 Dib recebeu o prêmio Shell de Melhor Autor pela peça “Salmo 91”, uma adaptação do livro "Estação Carandiru", de Drauzio Varella. Em 2009, a pedido do diretor Gabriel Villela, traduziu a peça "Calígula", de Albert Camus, montada com grande sucesso nacional. E neste ano estreou sua adaptação para o cultuado romance da literatura brasileira, “Crônica da Casa Assassinada”, de Lúcio Cardoso.

E o “Depois daquela vagem”?! Bem, continuava fermentando na gaveta. E nós dois nos falando de tempos em tempos tentando articular uma produção. Em 2006 houve uma leitura dramática do texto com direção de Graziella Maretto em São Paulo e com direção de Jayme Periard no Rio de Janeiro.

Abigail, Dib e Roseli. Trio afinado.

Mas foi só mesmo no ano passado que um grupo coeso começou a se juntar e a ganhar forma. A jornalista e produtora Roseli Tardelli encabeça a produção. Conheço Roseli, editora executiva da Agência de Notícias da Aids, desde a época do lançamento do meu livro. Participamos juntas de seminários, mesas redondas, congressos. Em 2009 fui repórter da Agência e dividimos o palco com adolescentes que nasceram com o HIV no ciclo de palestras do SENAC: “O Olhar do Jovem Sobre a Aids: Liberdade, Prevenção e Responsabilidade”. Sei, então, da seriedade com que ela trata do tema.

Roseli convidou as gêmeas Abigail Wimer e Alcione Alves para a direção do espetáculo. Mas é claro que antes elas tinham que passar pela minha aprovação. E não é que foi amor à segunda vista? Eu conhecia aquelas “corujinhas” da minha infância.

As gêmeas e mais três irmãos - a família coruja tem muitos artistas - formavam um grupo musical e de teatro infantil, “Os Corujinhas”, que encantaram crianças nas décadas de 70 e 80. Inclusive eu, que tinha até o LP deles!


Eles eram fofos!

A Alcione (ou será que era a Abigail? ainda confundo essas gêmeas) foi assistir uma de minhas palestras. E trouxe outra irmã corujinha, a Silen de Castro, que é assistente de direção. As duas ficaram ligadas nas perguntas da garotada. “O que eles querem saber? O que vamos discutir ao encenar essa peça? O que anda passando pela cabeça dessa meninada?”

A produção escolheu o elenco por meio de testes. Fui na primeira rodada e fiquei sentada quietinha na platéia para não atrapalhar. Mas atenta a tudo. Concordamos quanto ao perfil dos atores: jovens e talentosos!!! E no dia seguinte peguei o avião para a Áustria, tranquila, pois sabia que eles escolheriam muito bem.

Desde então já se foram uns meses de ensaio e o elenco de 14 atores está afinadíssimo. E eu acompanhando tudo por e-mail, facebook, blogs. Morrendo de vontade de conhecê-los. Mas me segurando, pois acho importante agora no começo deixá-los à vontade. Acho que o grupo precisa de espaço pra criar, sem o “fantasma da Valéria viva” dando muito palpite.


O elenco da peça. Quem vai ser quem?

Dia 12 de setembro volto ao Brasil e aí sim darei minhas sugestões. Enquanto isso sigo tudo pelo Blog que o pessoal da produção criou o "Depois daquela viagem - A peça de teatro" . Acompanhem vocês também e deixem lá suas mensagens.

E nos encontramos no SESC a partir o dia 5 de Outubro. Sucesso para todos nós!


Fotos do grupo de João Caldas

3 de ago. de 2011

O segredo das rosas


Em julho fiz um curso de alemão intensivo em Viena. Perto da Universidade há um parque chamado Volksgarten. É meu refúgio, onde adoro passear e escutar os sussurros das rosas.


Elas estão lá, esperando nossa visita.



Todas abertas, todas sorrisos.



Adoram ser vistas. 



Mas também querem olhar.




E que espécie mais interessante, esses humanos...




Algmas preferem admirar o céu. 





E procurar desenho nas nuvens.




 Outras apostam quem alcança mais alto.




E há aquelas que pensam na vida, cabisbaixas.




E as que ainda não sabem que caminho tomar.




As que não querem caminho nenhum. Aproveitam o aqui e o agora!




As antenadas no mundo. E ligadas em rede.




As que olham em todas as direções.




As que apreciam arte.




 As que se sobressaem.




 As que ainda não sabem de que cor serão.




Aquela que é deslumbrante, e está pronta para beijar.




 A que pensa que é estrela.





A perfeição.




A imperfeita. E ainda bela.




A tímida.




A que gosta de aparecer.




 A dengosa.





As engraçadas.



A que gosta de visita.




As inseparáveis.




 A que vive para a  luz.



 A que teima em ser diferente.



A que é feliz com suas sardas.




A que adora sentir o vento nos cabelos.


As que vivem harmoniosamente em famíia.




A que dá conselhos aos mais novos.




As que se escondem na barra da saia da mãe.





A que está começando a vida e tem em quem se espelhar.




 Aquela que está por um fio, mas continua a se segurar.




A que morre com dignidade.




A que fenesce, antes de florescer.





As que vem, enquanto outras se vão.





O murchar depois da exuberância.




 É o cilclo do jardim.




Aproveite, então, a frescura das pétalas.