17 de jun. de 2010

Um pouco mais sobre os astecas


Depois que voltei do México, apaixonada pela cultura dos astecas, resolvi fazer meu TCC da faculdade de jornalismo em 2007 sobre minha viagem ao país. E quanto mais pesquisava mais me interessava. Aqui vai, então, algumas curiosidades sobre esse povo guerreiro.

Em menos de cem anos, os astecas passaram de uma pequena tribo a senhores de um império com quinhentas cidades e 15 milhões de habitantes. Quando o imperador resolvia se apoderar de uma tribo, expunha suas exigências. Se os ameaçados não concordassem, os astecas – ou mexicas, como se autodenominavam em sua língua náuatle – presenteavam a tribo com lanças e escudos para que não ficassem indefesos, pois iriam guerrear.

Com base em seus calendários e astros escolhiam um dia para a batalha, que era curta e sangrenta e terminava quando os astecas chegavam ao templo do inimigo. Os cirurgiões e curandeiros suturavam os ferimentos dos guerreiros. Os escribas anotavam o número de capturados que seriam encaminhados para os sacrifícios em cerimônias religiosas.





Presente aos Deuses


Os sacrifícios eram realizados nos templos. O indivíduo era deitado na tábua específica e o seu peito aberto pelo sacerdote com uma faca de sílex. Seu coração era retirado do corpo ainda batendo e oferecido aos deuses. Os astecas acreditavam que com isso estariam livrando o mundo de catástrofes. A morte por sacrifícios, segundo alguns historiadores, era digna de honra e salvação, assim como a dos guerreiros.





A sociedade

O único modo de se conseguir um título de nobreza era se sobressaindo nas guerras. O imperador escolhia os melhores guerreiros para serem oficiais e dava-lhes terras e jóias. O vestuário demonstrava a que classe as pessoas pertenciam. Os cidadãos comuns como agricultores e artesãos usavam tangas e mantas tecidas com fibra de cactos. Já os nobres, capas de algodão enfeitadas na borda com pedras preciosas. No inverno as roupas eram forradas com peles de coelho. As penas e plumas de cores vivas tinham mais valor que o ouro e eram usadas como enfeites. As mais caras eram as do pássaro verde sagrado, o quetzal e as do beija-flor azul turquesa. Os guerreiros usavam jóias presas nas orelhas, nariz e boca. Cada classe tinha um estilo de penteado e pinturas no rosto e nos dentes.

Na cidade havia vários clãs e cada qual tinha os seus deuses, templos e escolas. Só os nobres possuíam terras, que eram oriundas de territórios conquistados pelo imperador. Quando um homem do clã se casava ele ganhava um pedaço de terra para cultivar e construir uma casa para a família.

As mulheres cuidavam dos filhos, teciam roupas que eram tingidas com corantes vegetais e costuradas com agulhas de espinhos de cactos. Elas também ajudavam nas colheitas e vendiam o excesso de produção aos mercados. As crianças, meninos e meninas, iam para a escola e todos aprendiam o básico da escrita asteca e as tradições de seus clãs. As meninas aprendiam ainda a tecer, costurar, cozinhar e cuidar de crianças; enquanto os meninos estudavam para serem sacerdotes ou guerreiros.

Os camponeses moravam em cabanas nos arredores da cidade. Os artesãos moravam em bairros próprios em casas de tijolo e ensinavam a sua arte apenas aos filhos. Eram habilíssimos ourives e ceramistas. Os comerciantes viviam em outro bairro e viajavam por todo o império com objetos para trocar ou vender. Os médicos e as parteiras também moravam em bairros especiais e seu trabalho era considerado uma arte devido à minuciosidade da prática.  Os palácios dos nobres possuíam dezenas de cômodos que davam todos para um pátio principal e eram repletos de jardins.

Fotos:
1-Retrato do último imperador asteca, Montezuma, realizado por Antonio Rodríguez no século 17
2- Pedra de sacrifícios no Museu Nacional de Antropologia e História (INAH)
3- Estátua de Tlaloc nas redondezas do INAH na Cidade do México. Tlaloc era o Senhor das chuvas, raios e trovões.


Fontes:
A conquista do México de Hernan Cortes, Editora L&PM
Os Astecas, de Judith Crosher, Ed. Melhoramentos
Filme Apocalypto de Mel gibson



4 comentários:

  1. to lendo seu livro, na verdade eu já tinha lido algumas partes, mais era nova agora estou lendo de novo e amando, passa no meu blog http://acordeicomvontadedeler.blogspot.com/ e me diz o que achou bjssssssss quando eu fazer a resenha dele eu te aviso

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  2. Interessante notar que na guerra os astecas davam as mesmas armas ao outro povo para que não fique indefeso. Ou seja, que a luta seja de igual para igual e não haja vantagem de um sobre o outro. Confesso que meu estômago virou ao saber sobre os sacríficios humanos aos deuses. Bem, nenhum povo é perfeito... Beijos!

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  3. eu adorei,mas vc poderia me ajudar colocar mais roupas dos astecas é trabalho de história
    muito grata!!!

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  4. Faz tempo que li em Grandes Enigmas da Humanidade que quando a estátua de Tlaloc foi levada até aí onde você a fotografou choveu initerruptamente por uma semana inteira... sorte a sua isso ter acontecido bem antes de sua chegada!

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