Depois que voltei do México, apaixonada pela cultura dos astecas,
resolvi fazer meu TCC da faculdade de jornalismo em 2007 sobre minha viagem ao país. E quanto
mais pesquisava mais me interessava. Aqui vai, então, algumas
curiosidades sobre esse povo guerreiro.
Em menos de cem anos, os astecas passaram de uma pequena tribo a senhores de um império com quinhentas cidades e 15 milhões de habitantes. Quando o imperador resolvia se apoderar de uma tribo, expunha suas exigências. Se os ameaçados não concordassem, os astecas – ou mexicas, como se autodenominavam em sua língua náuatle – presenteavam a tribo com lanças e escudos para que não ficassem indefesos, pois iriam guerrear.
Com base em seus calendários e astros escolhiam um dia para a batalha, que era curta e sangrenta e terminava quando os astecas chegavam ao templo do inimigo. Os cirurgiões e curandeiros suturavam os ferimentos dos guerreiros. Os escribas anotavam o número de capturados que seriam encaminhados para os sacrifícios em cerimônias religiosas.
Presente aos Deuses
Os sacrifícios eram realizados nos templos. O indivíduo era deitado na tábua específica e o seu peito aberto pelo sacerdote com uma faca de sílex. Seu coração era retirado do corpo ainda batendo e oferecido aos deuses. Os astecas acreditavam que com isso estariam livrando o mundo de catástrofes. A morte por sacrifícios, segundo alguns historiadores, era digna de honra e salvação, assim como a dos guerreiros.
A sociedade
O único modo de se conseguir um título de nobreza era se sobressaindo nas guerras. O imperador escolhia os melhores guerreiros para serem oficiais e dava-lhes terras e jóias. O vestuário demonstrava a que classe as pessoas pertenciam. Os cidadãos comuns como agricultores e artesãos usavam tangas e mantas tecidas com fibra de cactos. Já os nobres, capas de algodão enfeitadas na borda com pedras preciosas. No inverno as roupas eram forradas com peles de coelho. As penas e plumas de cores vivas tinham mais valor que o ouro e eram usadas como enfeites. As mais caras eram as do pássaro verde sagrado, o quetzal e as do beija-flor azul turquesa. Os guerreiros usavam jóias presas nas orelhas, nariz e boca. Cada classe tinha um estilo de penteado e pinturas no rosto e nos dentes.
Na cidade havia vários clãs e cada qual tinha os seus deuses, templos e escolas. Só os nobres possuíam terras, que eram oriundas de territórios conquistados pelo imperador. Quando um homem do clã se casava ele ganhava um pedaço de terra para cultivar e construir uma casa para a família.
As mulheres cuidavam dos filhos, teciam roupas que eram tingidas com corantes vegetais e costuradas com agulhas de espinhos de cactos. Elas também ajudavam nas colheitas e vendiam o excesso de produção aos mercados. As crianças, meninos e meninas, iam para a escola e todos aprendiam o básico da escrita asteca e as tradições de seus clãs. As meninas aprendiam ainda a tecer, costurar, cozinhar e cuidar de crianças; enquanto os meninos estudavam para serem sacerdotes ou guerreiros.
Os camponeses moravam em cabanas nos arredores da cidade. Os artesãos moravam em bairros próprios em casas de tijolo e ensinavam a sua arte apenas aos filhos. Eram habilíssimos ourives e ceramistas. Os comerciantes viviam em outro bairro e viajavam por todo o império com objetos para trocar ou vender. Os médicos e as parteiras também moravam em bairros especiais e seu trabalho era considerado uma arte devido à minuciosidade da prática. Os palácios dos nobres possuíam dezenas de cômodos que davam todos para um pátio principal e eram repletos de jardins.
Fotos:
1-Retrato do último imperador asteca, Montezuma, realizado por Antonio Rodríguez no século 17
2- Pedra de sacrifícios no Museu Nacional de Antropologia e História (INAH)
1-Retrato do último imperador asteca, Montezuma, realizado por Antonio Rodríguez no século 17
2- Pedra de sacrifícios no Museu Nacional de Antropologia e História (INAH)
3- Estátua de Tlaloc nas redondezas do INAH na Cidade do México. Tlaloc era o Senhor das chuvas, raios e trovões.
Fontes:
A conquista do México de Hernan Cortes, Editora L&PM
Os Astecas, de Judith Crosher, Ed. Melhoramentos
Filme Apocalypto de Mel gibson
to lendo seu livro, na verdade eu já tinha lido algumas partes, mais era nova agora estou lendo de novo e amando, passa no meu blog http://acordeicomvontadedeler.blogspot.com/ e me diz o que achou bjssssssss quando eu fazer a resenha dele eu te aviso
ResponderExcluirInteressante notar que na guerra os astecas davam as mesmas armas ao outro povo para que não fique indefeso. Ou seja, que a luta seja de igual para igual e não haja vantagem de um sobre o outro. Confesso que meu estômago virou ao saber sobre os sacríficios humanos aos deuses. Bem, nenhum povo é perfeito... Beijos!
ResponderExcluireu adorei,mas vc poderia me ajudar colocar mais roupas dos astecas é trabalho de história
ResponderExcluirmuito grata!!!
Faz tempo que li em Grandes Enigmas da Humanidade que quando a estátua de Tlaloc foi levada até aí onde você a fotografou choveu initerruptamente por uma semana inteira... sorte a sua isso ter acontecido bem antes de sua chegada!
ResponderExcluir