No post anterior recebi comentários
de cinco pessoas que acabaram de se descobrir com o HIV. Eles agradecem pelos textos que tenho escrito e dividem conosco um pouco de suas histórias e
sentimentos:
“Gostaria de entrar aqui neste blog e dizer que estou bem, que a vida continua da mesma forma, que sou forte, que o vírus não é nada, mas a verdade é que meu coração sangra toda vez que penso no assunto.”
“(...) pensei novamente e cheguei à conclusão que o melhor caminho é abrir mão da minha vida afetiva para sempre. Farei isso e seja o que Deus quiser. Desejo a todos a paz e a alegria que eu não consigo ter.”
“Graças a você, ao seu livro, não estou desesperado. Estou tranquilo porque sei que posso viver bem, que isso não é uma sentença de morte e sim algo que nos torna mais fortes, mais humanos.”
Agradeço a
todos por dividirem suas histórias. Gostaria de poder acolher a cada um e
supri-los de paz e esperança, nesse difícil momento da descoberta. Mas não
existe uma fórmula para se aprender a lidar com essa, ou com qualquer outra
doença. Acredito que tudo é um processo e a tendência é de melhorarmos nossos
sentimentos com o tempo. Entretanto, isso não significa que ficaremos “bem para
sempre”, pois a vida é cheia de altos e
baixos. Mas é justamente nesses “baixos”, que mais podemos nos fortalecer e evoluir.
Andei passando por uma dessas fases de “baixos” recentemente. Minha avó paterna, a quem sou muito ligada, sofreu uma série de AVCs e está em coma há meses. Minha psiquiatra, além dos remédios que já tomo normalmente, me receitou um livro, que agora indico a vocês: “Histórias que curam – conversas sábias ao pé do fogão”, de Rachel Naomi Remen, médica e terapeuta, especializada em psico-oncologia e portadora de uma doença crônica.
Veja bem, não
estou falando de um livro de autoajuda com soluções efervescentes. Mas sim
de um livro profundo e bem escrito que nos traz paz e conforto a cada história.
Histórias que Remen vivenciou ou ouviu ao longo de sua vida como neta, filha, médica,
paciente... Histórias que podem nos
ajudar a lidar com as nossas próprias histórias.
Cito aqui alguns trechos da autora:
“A maioria dos
pais sabe a importância de contar aos filhos sua própria história, muitas e
muitas vezes, para que eles venham a conhecer, pelo que é contado, quem são e a
quem pertencem. Na mesa da cozinha, fazemos isso uns pelos outros. Oculta em
todas as histórias está A história. Quanto
mais ouvimos mais clara essa história se torna. Nossa verdadeira identidade,
quem somos, porque estamos aqui, o que nos sustenta, está nessa história.(...) Ao contá-las
estamos contando um aos outros a história humana. As histórias que nos tocam nesse
lugar de humanidade comum nos despertam e nos reúnem como uma família outra
vez.”
“Assim como um
diagnóstico, um rótulo é uma tentativa de assegurar o controle e administrar a
incerteza. Ele pode nos dar a segurança e o conforto de uma conclusão mental e
nos encorajar a não pensar mais no assunto. Mas a vida nunca chega a uma conclusão;
a vida é processo, até mesmo mistério. A vida só é conhecida por aqueles que
encontraram um meio de estar à vontade com a mudança e o desconhecido. Considerando
a natureza da vida, pode não existir segurança, só aventura.”
“A natureza da vida é mudança. Toda esperança tem por base um processo.”
“Boa parte da vida nunca pode ser explicada, apenas testemunhada”
Título: Histórias que Curam
Subtítulo: Conversas Sábias ao Pé do Fogão
Autor: Rachel
Naomi Remen
Editora: Ágora
Val, obrigada pela dica do livro,
ResponderExcluirconfio no teu gosto...^^
Te "conheço" desde que eu tinha 16
anos, hoje tenho 23, e só hoje encontrei
teu blog. Fiquei feliz demais e quero
sempre estar em contato com vc!
Deus te ilumine para todo o sempre, amém!
Oi Valéria. Assim como as pessoas que citastes acima, descobri recentimente que sou soro positivo.Depois do susto o medo. Medo de tudo e de todos. Vontade de se isolar de desaparecer. De fugir, de morrer logo, antes que alguem saiba.Nesses ultimos dias tenho refletido muito sobre esta nova condição em minha vida e percebi que pior que a doença é o preconceito. Qdo tinha por volta de quinze anos comprei o seu livro. Me emocionei muito com a sua história.Qdo soube que era portador do virus vc foi a primeira pessoa em quem pensei procurar. Queria saber como é viver sendo portador do virus. nao entrei em contado mas li e reli seus relatos em entrevistas e no seu blog. Sua versao realistica dos fatos é que esta me dando força para superar esse momento inicial.Seu sorriso nas fotos tbem. Eles expressam vida, força e vontade de viver. Neste momento, apesar de rodeado de pessoas queridas, amáveis e carinhosas estou me sentindo muito só. Um homem que procura um abrigo no meio de uma tempestade.ainda tenho muita coisa a descobrir e a viver nessa nova tragetória da minha vida e os primeiros aprendizados são: um dia a morte bate na sua porta e lhe apresenta o HIV, neste mesmo dia vc se sente um sortudo porque vc pode botar ela para correr e vc chega até a se esquecer que ela ja bateu na sua porta. Os dias passam e vc se lembra e se esquece e a vida segue normal, com alegrias e tristezas, com vontades e desejos e com a certeza de que amar é mais que uma palavra é o sentido que deve ser dado a tudo aquilo que nos conduz a entrega e ao prazer de se sentir bem.
ResponderExcluironai.luj@hotmail.com
Boa tarde Valéria. Vc não imagina a nostalgia que senti ao encontrar seu blog. Li seu livro quando tinha uns 14 anos. Vale ressaltar que o único bolo que seu fazer até hoje é o de chocolate que vc ensina no livro.....rsrs. Hoje tenho 28 e estou concluindo o curso de jornalismo. Estou planejando um trabalho diferente para o curso e a sua história e o seu livro se encaixam perfeitamente. Qual o seu e-mail, para que eu possa lhe explicar melhor?
ResponderExcluirAbraços,
Joana Araújo
joanapaula2@hotmail.com
Valéria,bom dia.
ResponderExcluirou a coordenadora de um projeto de combate à AIDS que
estamos realizando no PLUG MINAS, um centro do Governo de MG que
contempla, com cursos de capacitação de duração de 1 ano e meio, em
média, jovens de 19 a 24 anos.
(www.plugminas.mg.gov.br)
Estou oganizando uma palestra sobre prevenção da AIDS e luta contra o
preconceito para que os jovens do Plug Minas possam ser informados e
possam, sobretudo, envolverem-se com a temática da realidade sobre a
epidemia, hoje.
Estamos em busca de alguém carismático que possa levar as informações
aos jovens de um modo leve, sem amedrontá-los e especialmente com uma
dinâmica envolvente.
Gostaria de saber se você teria disponibilidade para ministrar uma
palestra para cerca de 300 jovens, em Belo Horizonte.
A data da sua realização será um dia dentro da semana semana de 13 a
17 de agosto.
Se preferir, me envie por favor seu email ou telefone de contato para conversarmos melhor.
Muito obrigada. (marina.camara@gmail.com)
Marina, agradeço o convite. Mas não estarei no Brasil nessa data. Abs e obrigada,
ExcluirValéria
Valéria, boa noite, há oito anos vivo com o diagnostico na minha vida, estou bem, faço o tratamento direitinho, tenho um otimo acompanhamento tanto médico, familiar... Estou lendo novamente seu livro, a primeira vez que li na verdade foi antes de saber de mim, então confesso que foi por curiosidade, mas agora, vejo as coisas com outros olhos sabe, primeiro de tudo vejo o quanto mudou pois na época em que vc descobriu o baque era outro, agora está tudo graças a Deus mudando, quer dizer pelo menos tentando né, pois infelizmente ainda encontramos pessoas leigas neste assunto. Preciso muito falar com vc, gostaria de um e-mail para que possamos trocar informações e gostaria de fazer algumas perguntas. Aguardo um retorno o mais breve possível. Abraços, fica com Deus, danielafdcruz@hotmail.com
ResponderExcluirBom dia Valéria. Meu nome é Juliana e sou professora de Língua Portuguesa de alunos de 8ºs. e 9ºs. anos. Adotei sei livro "Depois daquela viagem" e os alunos estão adorando. Estou entrando em contato para saber se há possibilidade de você fazer uma palestra na minha escola para esses alunos. Meu email é ju.oliveira31@yahoo.com.br. , caso queira entrar em contato. A minha escola fica em Belo Horizonte e o trabalho com seu livro será concluído em 31/08/2012, mas nada impede que a palestra ultrapasse essa data. Agradeço e parabenizo pela bela literatura.
ResponderExcluirCara professora Ju,
ResponderExcluirFico feliz em saber que seus alunos estão lendo o "Depois daquela viagem". Como estou morando no exterior, atualmente não tenho dado palestras, mas agradeço seu convite.
Um grande abraço e lembranças a toda a turma,
Valéria
Puts eu estou lendo um dos seus livros,tenho 16 anos, Depois Daquela Viagem, esse livro me encantou, axei ele mágico, e senti um imenso orgulho de vc e de vc ser brasileira, tudo q eu qeria era poder ter vivido naquela época pra ter o prazer de ser um dos seus amigos, isso já me deixaria muito feliz, qero te desejar cada vez mais saúde, amor, paz e q vc viva mais uns mil anos pelo menos e q esteja certa q existe muitos q te adimiram mto, um abração e se cuida.
ResponderExcluirOlá, Valéria!
ResponderExcluirDesde 2008, desenvolvo um projeto de leitura para alunos do 9º ano, com seu livro "Depois daquela viagem", que culmina com um trabalho voluntário da turma junto a portadores de HIV, das Ongs "Casa" e "Lar Amor ao Próximo". Inesquecível para todos!
No ano passado, 2011, mais inesquecível ainda: pudemos conhecê-la no SESC, no último dia de exibição da peça de teatro "Depois daquela viagem"!
Agora, preparo-me para sensibilizar mais uma turminha para a leitura de seu livro e gostaria de saber:
- Você estaria no Brasil em novembro? Gostaríamos de convidá-la para um bate-papo no colégio.
- A peça voltará em cartaz em SPaulo?
Obrigada por compartilhar sua história com tantos adolescentes!
Aguardo ansiosa sua resposta!
Grande abraço,
Profª Gizele Caparroz de almeida
Colégio Sidarta, Granja Viana, cotia - SP
Minha querida,
ResponderExcluirBom quero parabeniza-la pelo ótimo trabalho!
Tenho atualmente 22 anos mas quando li a sua obra "Depois daquela viagem", tinha 16 anos e foi uma leitura indicada por minha professora de literatura. Nunca mais esqueci seu livro e sempre que posso indico.
Bjos minha linda!
Admiro vc demais!
Lívia Braz
você mora no exterior e como você faz pra ir ao médico frequentemente e pra comprar os remédios e fácil encontrar os remédios pra vender ?
ResponderExcluirComo sou casada com um austríaco e ele tem seguro saúde, tenho direto a pegar os remédios lá, sem custos, como acontece também no Brasil.
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